quarta-feira, 15 de maio de 2024

OS DIREITOS DO ESCRITOR


 OS DIREITOS DO ESCRITOR

Alexander Solzhenitsyn

Edição: Nova Crítica –

Brasil – 1969

Páginas: 90

Dimensões: 210x135 mm.

Peso 140

 Exemplar em bom estado, sem rasgos ou anotações.

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PREÇO: 7.00€ - Como comprar

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Reconhecido no Ocidente, depois da publicação de Um dia na vida de Ivan Denissovitch, O primeiro círculo e O pavilhão dos cancerosos, como o maior escritor russo vivo, Alexander Solzhenitsyn continua a ser perseguido na U.R.S.S., onde suas obras proibidas circulam às ocultas sob a forma de centenas de exemplares datilografados.

 Os textos aqui apresentados são a transcrição de suas cartas de protesto enviadas à União dos Escritores Soviéticos e dos debates travados numa das sessões da União a que o autor compareceu: trata-se de uma das mais sinistras tragi-comédias que já nos foi dado conhecer.

 Condenado pela burocracia literária de seu país, nem por isso Solzhenitsyn deixa de reprovar o contrabando de suas obras para o Ocidente, tanto mais que o papel de certos serviços oficiais soviéticos nesse caso não está suficientemente claro.

 No todo, este volume é um libelo contra a imposição de diretivas à criação literária, contra o cerceamento da expressão do pensamento e contra os atentados aos direitos mais básicos do escritor na sua dupla condição de homem e artista.

  OS DIREITOS DO ESCRITOR

 Para Robbe-Grillet (Por um novo romance), os únicos deveres do escritor são para com a literatura; sua atuação como homem comum, como cidadão de um país, deve estar inteiramente separada de sua atividade artística, e na criação de suas obras ele não se deveria impor nenhuma norma fixa, nenhuma linha que significasse um compro- misso com qualquer tipo de orientação política ou outra, por mais justa que fôsse.

 Se o escritor não deve se impor restrições, voluntariamente, menos ainda se admite que deva êle se submeter a diretivas exteriores ao trabalho criador, especialmente quando coações partem de grupos ou organismos interessados na consecução, através da literatura, de objetivos que lhe são totalmente estranhos.

 A literatura (toda atividade criadora), quando submetida a normas, é uma contradição em seus próprios têrmos: em vez de criar, destrói, a começar por si mesma, por sua fun- ção, pela função do escritor. A literatura, como uma das mais legítimas atividades sociais criadoras do homem, freqüentemente tem sido a mola propulsora do progresso cultural e material dos povos através da história. E nunca precisou dos conselhos ou da orientação de outros que não seus próprios autores. Pelo contrário: sempre se ressaltou mais justa- mente quando teve de se opor a essas tentativas de intromissão em seu terreno. Pela sua atuação passada e presente, e pelas suas possibilidades futuras, a literatura tem ou deve ter um crédito de confiança de todos os homens: é desnecessário, e mesmo criminoso para com a humanidade, tentar cercear-lhe a ação, dirigi-la, o que só faz rebaixá-la a meio de propaganda.

 Mais do que qualquer exposição teórica, o exemplo concreto narrado neste volume (exemplo êste que ninguém, em circunstância alguma, deve desconhecer) constitui uma trágica advertência.








 


 

 

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