DISTO E DAQUILO
Fernando Lopes-Graça
Edições Cosmos – Lisboa - 1973
Páginas:323
Dimensões: 195x135 mm
Peso: 306
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Exemplar em muito bom estado.
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PREÇO:16.00€ - Como
comprar
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INDICE
PROÉMIO
MEMÓRIAS INCOMPLETAS
1. Recordações em dó maior
2. Memórias de Paris
ENSALADA I.
1. O Abade António da Costa, músico e episto-
lógrafo setecentista
2. Nótula de leitura
3. Cultura, educação, arte, etc.
4. Crítica, criação, público, etc.
ENSALADA II
1. Misticismo e Ironia
2. «Os Lusíadas» na escola
3. Língua brasileira.
4. A Severa não morreu
5. Um belicista
6. Ciência musicológico-poética
DA ARTE BAILATÓRIA
1. Dança e bailado..
2. Uma experiência coregráfica
3. Os <<ballets>> dos Campos
Elísios em S. Carlos.
CINCO NOTAS SOBRE MÚSICA FOLCLÓRICA
1. Constantin Brailoiu e a música folclórica
portuguesa
2. Uma definição de música folclórica
3. É a música folclórica uma deformação da
música culta?
4. Acerca do canto alentejano
5. Tradicionalismo e folclorismo
quantitativos.
ENSALADA III.
1. Sobre a Hélada
2. Tomar e o turismo
3. Poesia e música de acção
4. Breves impressões da vida musical lon-
drina
5. Notícia sobre os Seminários Livres de
Música da Universidade da Bahia
6. Vieira de Almeida, o amador de Música.
7. Memória de Manuel Mendes.
8. OI Festival de Música da Guanabara
9. Uma vez por todas
10. A ópera «Mariana Pineda» de Louis Saguer
11. Música e cinema.
12. Sobre a música do filme «Alexandre
Nevsky>>>
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Este livro é um autêntico sarapatel. Há nele
de tudo ESTE um pouco da amena página de memórias ao desadornado artigo
enciclopédico, da irreverente nota crítica ao ensaio com algumas pretensões, do
mais ou menos circunstancial comentário jornalístico ao escrito mais puxado à
sustância, da comovida evocação das pessoas à apaixonada impugnação das ideias,
da música à poesia, do turismo ao cinema, do bailado ao folclore. E tudo isto
de cambulhada ao correr dos dias, dos meses e dos anos, o mais antigo escrito
esfumando-se nos longes de 1929, o mais recente datado relativamente de fresco,
de 1972. É possível que, do ponto de vista de uma arte literária exigente, que
manda que a matéria de um livro obedeça a uma escolha severa, a uma sabia
ordenança, a um criterioso princípio de unidade e harmonia, é possível que
quanto aqui fica compendiado brigue entre si e produza uma sensação de
dissonância supinamente desagradável ao paladar do leitor acostumado às finas
produções dos escritores de bom quilate. Mas eu não sou propriamente um escritor,
isto é, aquele ser que tem por profissão ou inclinação natural manear habilmente
a pena para doutrinar, deleitar, comover ou exaltar os outros com as suas
ideias, fantasias, enredos ou invenções. Não. Eu sou apenas um sujeito que,
fora do seu oficio próprio, fora daquilo para que a boa natureza se dignou
conceder-lhe alguma graça, que é a arte da música, circunstâncias diversas,
voluntárias umas, outras pressionantes, e ao sabor de ventos e marés quantas
vezes de grande tormenta, se ajeitou ao cálamo ou à remington para lançar ao
papel almaço aquilo que não tinha cabida no papel pautado. Mais do que vocação
- essa força obscura que nos empurra para a substantivação do que borbulha ou
sonha lá no mais fundo de nós mesmos, mais do que vocação, à minha actividade
de escrevedor poder-se-lhe-ia chamar antes impulsão, exaltação, necessidade de
agir, de intervir, quando as coisas e os acontecimentos implicassem com o meu
sentido do verdadeiro, do belo e do justo.
Se alguma vocação havia aí, era talvez a do
pedagogo, a do homem que se sente impelido a educar, a esclarecer, a
desmistificar - ainda que em tantas circunstâncias hou- vesse que usar de armas
porventura as menos próprias e que mais rápido se embotam: as armas da
polémica, que é justamente o signo e escape da impulsão, da exaltação.
Mas não haveria também em mim quaisquer
pruridos de escritor, de cultivador da forma, do estilo, poderá perguntar acaso
o leitor que atente num que outro escrito, ou passo de escrito, nada
pedagógico, nada intervencionista e onde trasluz antes uma vontade por assim
dizer gratuita de mero prazimento literário? É possível. Todos nós somos sujeitos
a tentações, a ilusões, umas vezes que nos passam despercebidas, outras que vêm
a ser pagas com o sorriso caridoso ou escarninho dos outros. Parece-me, em todo
o caso, que tais momentos literários são raros nos meus escritos seja como for,
não é apenas o lançar com alguma correcção e alguma clareza as suas ideias ao
papel o que faz o escritor e eu confio em que, se alguma literatura há aí, ela
me não seja creditada à intenção cultivada de passar também por escritor ou à
balda perigosa balda! de mostrar-me habilidoso no meu violon d'Ingres...
Posto isto, assalta-me a dúvida sobre se
haverá nestes escritos alguma coisa, se se esboçará neles alguma ideia, algum
pensamento que justifique o propósito de trazê-los das publicações onde
primeiro vieram a lume para os salvar de um porventura merecido esquecimento.
Estou em que há para aí muita ingenuidade, algum atrevimento, bastante
inabilidade, possivelmente de par com um que outro acerto, com uma que outra
observação pertinente. No fundo, eu creio que o que poderá grangear para o
livro alguma simpatia será tão-só a circunstância de ele se apresentar assim
mesmo: ingénuo, atrevido, inábil, mas correspondendo, na sua variegada
temática, a impulsões vividas do autor, a sinceros movimentos da sua exaltação
e dai talvez o seu interesse antes de mais documental, naquilo em que de certo
modo possa constituir uma contribuição para o conhecimento de uma pessoa e de
um meio, ou, melhor, das reacções dessa pessoa a esse meio. E isto, bom será
notá-lo, desde que se não considere essa mesma pessoa -o autor do livro - um
individuo (muito menos uma individualidade), uma consciência estanque ou
voltada só para si (o livro seria, então, uma espécie de retrato
autobiográfico, coisa detestável), mas sim um duplo de outras pessoas, de
muitas outras pessoas, susceptiveis de experimentarem (e sofrerem) idênticas
reacções ao mesmo meio, que, bem vistas as coisas, pouco se modificou no
transcurso de perto de quarenta e cinco anos.
Aqui ficam, pois, estes escritos provindos de
quadrantes vários em mútua companhia e entregues ao seu destino, que estimarei lhes
não seja demasiado hostil. Será ocioso acrescentar que, para a sua publicação
em livro, os ajeitei aqui e ali e lhes corrigi alguns aleijões originais, não
para os aformosear, mas para que eles possam merecer do leitor a sua melhor
benevolência.
Parede, Janeiro de 1973
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https://www.instituto-camoes.pt/activity/centro-virtual/bases-tematicas/figuras-da-cultura-portuguesa/fernando-lopes-graca
Fernando Lopes-Graça
Por Teresa Cascudo
No decurso de uma entrevista concedida em 1986, Lopes-Graça afirmou que a
sua atuação enquanto artista era inseparável dos compromissos que, como
cidadão, tinha com a “Cidade” e com a “Grei”. A sua intenção era esclarecer
definitivamente, no significativo momento do seu 80º aniversário, que não era
nem um “compositor político” nem um “político compositor”.
A posição de Lopes-Graça apresenta analogias com a de numerosos
intelectuais portugueses, os quais, a partir de coordenadas diferentes,
defenderam o papel da cultura como fundamento para a construção da sociedade
civil. Este compromisso, no caso de Lopes-Graça, foi primeiramente um
compromisso pessoal. Foi, ainda, um compromisso público, alicerçado numa conceção
social da arte e na fé no progresso da humanidade. Porém, decorridos cem anos
desde o seu nascimento, Lopes-Graça merece ser principalmente recordado como
compositor, como autor de uma vasta obra em que deu voz a uma forma
interveniente e crítica de “ser” português.
Nascido em Tomar, em 1906, Fernando Lopes-Graça iniciou os seus estudos
musicais na sua cidade natal, tendo-os concluído no Conservatório Nacional de
Lisboa, que frequentou entre 1923 e 1931. Nessa instituição foi discípulo de
piano dos professores Adriano Merea e José Viana da Mota, estudou composição
com Tomás Borba, e ciências musicais com Luís de Freitas Branco. Frequentou
ainda o curso de Letras das Universidades de Lisboa (1928-31) e de Coimbra
(1932-4), embora não chegasse a conclui-lo. As primeiras obras do seu catálogo
foram apresentadas em Lisboa em concertos organizados em colaboração com outros
colegas do Conservatório, na mesma época em que iniciava um notável trabalho
como cronista musical, manifestando um raro talento literário e uma ampla
cultura. Em 1932 começou a ensinar na Academia de Música de Coimbra, cidade
onde permaneceu radicado até 1936. Os anos de Coimbra foram precedidos e
encerrados com duas detenções por motivos políticos que o impediram de ensinar
em escolas públicas durante os anos posteriores, apesar de ter ganho por
oposição uma vaga de professor de piano no Conservatório Nacional de Lisboa em
1931. Estes anos coincidiram com um primeiro período, que poderíamos qualificar
como modernista, no seu percurso como compositor, durante o qual o seu estilo
revelou a influência de autores como Arnold Schönberg e Paul Hindemith. Nas
suas primeiras obras, muitas delas destruídas ou revistas posteriormente,
também se destaca um atento estudo da prosódia da língua portuguesa, manifestado
nas suas canções de poetas como Adolfo Casais Monteiro, José Régio ou Fernando
Pessoa. O seu gosto pelos géneros vocais, estimulado pelo relacionamento
constante com poetas contemporâneos, permaneceu ao longo de toda a sua vida.
Lopes-Graça instalou-se em Paris em 1937. Na capital francesa frequentou o
curso de Musicologia da Sorbonne, assistindo às aulas de Paul-Marie Masson, e
teve alguns contactos com o compositor Charles Koechlin. Em Paris compôs várias
obras para piano, a música para o bailado realista La Fièvre du Temps e
realizou as suas primeiras harmonizações para voz e piano de canções
tradicionais portuguesas. Uma parte da sua produção derivou num “nacionalismo
essencial”, nas suas palavras, caracterizado pelo tratamento do material retirado
da música tradicional e pela assimilação dos seus rasgos harmónicos, melódicos
e rítmicos. Temos dois exemplos na Sonata para piano nº 2 e na primeira
versão do Quarteto com piano, onde a referência estilizada às canções
populares surge junto com o uso de uma colorística harmonia e de ritmos
percutidos alternados com polirritmias lineares. Esta nova tendência no seu
estilo de compor manifesta a influência de Bela Bartók e de Manuel de Falla e a
dos escritos de Koechlin publicados nestes anos.
Fernando Lopes-Graça a dirigir o Coro da Academia dos Amadores de Música (©
Câmara Municipal de Cascais / Museu da Música Portuguesa / Fundo Fernando
Lopes-Graça)
Lopes-Graça regressou a Lisboa em 1939, tendo retomado a sua atividade como
cronista musical, musicólogo e professor e iniciando o seu labor como
organizador de concertos e maestro coral. Ensinou piano, harmonia e contraponto
na Academia de Amadores de Música e constituiu a sociedade Sonata que, entre
1942 e 1960, promoveu a apresentação de programas inteiramente preenchidos por
música do século XX. A sua primeira obra importante após o seu regresso de
Paris foi o Concerto para piano e orquestra nº 1, composição que ganhou
o primeiro prémio de composição patrocinado pelo Círculo de Cultura Musical em
1940. Recebeu a mesma distinção em 1942, com a cantata História
Trágico-Marítima sobre textos de Miguel Torga, em 1944, com a Sinfonia
per orchestra, e, em 1952, com a Sonata para piano nº 3. Lopes-Graça
também retomou as suas colaborações nas publicações periódicas Seara Nova
e O Diabo, como crítico musical e teatral respetivamente. Participou,
com Bento de Jesus Caraça, na organização da Biblioteca Cosmos e publicou
vários livros onde, para além de editar seleções dos seus artigos
jornalísticos, se dedicou à difusão, com intuito pedagógico, de diversos
assuntos de caráter musical.
Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte da atividade de Lopes-Graça foi
determinada pela sua participação no Movimento de Unidade Democrática, assim
como no PCP, do qual se tornou militante na década de 40. É de 1945, por
exemplo, o seu plano para a organização estatal da música, inédito até à sua
publicação em 1989, um bom indício das esperanças postas na mudança política
que foram partilhadas por muitos nesta época. É também deste ano o início da
composição das célebres Canções Heróicas, canções de intervenção que
Lopes-Graça, apesar da proibição que pesava sobre a sua execução pública,
continuou a compor até 1974, e inclusive em anos posteriores. A criação,
igualmente em 1945, do Coro do Grupo Dramático Lisbonense fez parte deste
movimento. Este foi o antecedente do Coro da Academia de Amadores de Música,
fundado em 1950. Para além do trabalho de regência, Lopes-Graça escreveu para
este agrupamento dezenas de harmonizações corais de canções tradicionais
portuguesas, que constituíram o seu repertório. Por último, também em 1945,
Lopes-Graça começou a colaborar regularmente na revista Vértice, onde
publicou ao longo da segunda metade da década quatro artigos essenciais para
entender as suas atitudes estéticas e políticas: “Necessidade e capricho da
música contemporânea” (1945), “Sobre o conceito de popular na música” (1947),
“O valor da tradição nas culturas musicais” e “Valor estético, pedagógico e
patriótico da canção popular portuguesa” (ambos de 1949). O seu apreço
reivindicativo da música tradicional continuou manifestando-se nas suas obras
musicais da década de 50, nomeadamente na Sonata nº 3 e nas Glosas,
ambas para piano.
O fim da sua atividade pedagógica na Academia de Amadores de Música, em
1954, foi consequência de um despacho ministerial que anulou a sua autorização
para dar aulas em instituições privadas de ensino. Conseguiu, porém, manter a
sua ligação com a instituição através da revista Gazeta Musical
(1950-1957), fundada por ele juntamente com João José Cochofel, e da edição do Dicionário
de Música (1954-8), empresa iniciada a partir do projeto de um dos seus
professores, o então já falecido Tomás Borba, e através da direção musical do
mencionado Coro da Academia de Amadores de Música, que teve nestes anos um dos
seus períodos de mais intensa atividade. O dicionário foi editado pela
Editorial Cosmos e durante estes anos foi a principal fonte de ingressos do
compositor. O seu encontro com Michel Giacometti data de fins da década de 50,
quando após um primeiro encontro pessoal ambos deram início a um trabalho
conjunto que se manteve durante décadas. O primeiro fruto desta colaboração
nasceu em 1960, ano em que foi editado o primeiro volume discográfico da
coleção “Antologia da Música Regional Portuguesa”, dedicado à região de
Trás-os-Montes. Ambos, em 1981, editaram no Círculo de Leitores o Cancioneiro
Popular Português.
Primeira página da partitura autografa "Suite Rústica N.º 1" de
Fernando Lopes-Graça (© Câmara Municipal de Cascais / Museu da Música
Portuguesa / Fundo Fernando Lopes-Graça)
O desenvolvimento posterior da obra musical de Lopes-Graça tem permitido
definir uma terceira fase iniciada na segunda metade da década de cinquenta, e
marcada por obras como o ciclo vocal As mãos e os frutos (1959), sobre
poemas de Eugénio de Andrade, o Canto de Amor e de Morte, quinteto com
piano composto em 1961, e a Sonata para piano nº 5, escrita em 1977.
Estas duas obras contam-se entre a produção mais intensa e exigente em termos
formais e expressivos do compositor, evidenciando uma nova orientação no seu
estilo. Embora nunca chegasse a abandonar completamente as referências
explícitas à canção tradicional no seu catálogo, nestes anos, o compositor
passou a explorar de maneira intensiva o ritmo e a harmonia, sendo o trabalho
sobre este parâmetro baseado na utilização de um número muito reduzido de
relações intervalares, em estruturas mais elaboradas. Esta é também a época do Concerto
da camera col violoncelo obbligato, encomenda de Mstislav Rostropovich que
o interpretou em primeira audição num concerto em Moscovo, e do Quarteto de
cordas nº 1, vencedor do prémio de composição Rainier III de Mónaco em
1965. Nesse ano foram gravadas pela primeira vez obras sinfónicas da sua
autoria interpretadas pela Orquestra do Porto sob a regência de Silva Pereira,
que tinha dirigido no ano anterior um concerto inteiramente preenchido com
composições para orquestra de Lopes-Graça, promovido pela delegação portuense
da Juventude Musical Portuguesa.
O fim do Estado Novo traduziu-se no reconhecimento oficial da importância
de Lopes-Graça para a cultura portuguesa através de diversas homenagens e
encomendas estatais. No que diz respeito à divulgação da sua obra, devemos
referir a reedição, ao longo das décadas de 70 e de 80, dos seus livros numa
coleção da Editorial Caminho e a gravação em disco de um considerável número de
obras da sua autoria, editadas pela etiqueta discográfica PortugalSom, então
dependente da Secretaria de Estado da Cultura. Os anos transcorridos desde 1974
até ao seu falecimento foram para Lopes-Graça criativamente muito férteis. São
prova disso as duas sonatas para piano e um quarteto, o impressionante Requiem
para as vítimas do fascismo em Portugal (1979) e as Sete predicações de
“Os Lusíadas” (1980), o bailado Dançares, uma sinfonia para
orquestra de formação clássica, numerosas canções, composições instrumentais
mais breves e peças de circunstância. Da sua última produção para voz e piano,
destacam-se os Dez Novos Sonetos de Camões, Aquela nuvem e outras
(sobre poemas infantis de Eugénio de Andrade) e canções sobre textos de
Fernando Pessoa e de José Saramago. Se o expressivo Requiem sintetiza a
vertente mais dramática do seu catálogo, surgiram neste período outras
composições com características novas. Lopes-Graça cultivou a partir dos anos
80 uma espécie de neoclassicismo revisitado para formações instrumentais que
nunca tinham feito parte do seu catálogo. Na realidade, essa ideia de
neoclassicismo relaciona-se ao longo de toda a sua obra com uma interessante
reflexão sobre a de tradição, que se evidencia no recurso e manipulação
constante de citações musicais. Sonata nº 6, a Sinfonietta homenagem
a Haydn e Geórgicas são exemplos desta última fase, obras onde
também se revela através da paródia o seu peculiar sentido do humor.
Bibliografia sumária:
- Carvalho, Mário Vieira de Carvalho, O essencial sobre Fernando
Lopes-Graça, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1988.
- Cascudo, Teresa, “À luz do presencismo: uma leitura da Introdução à
música moderna (1942), de Fernando Lopes-Graça”, Leituras: Revista da
Biblioteca Nacional, 12-13, 2003, pp. 107-124.
- Uma homenagem a Fernando Lopes-Graça, Porto,
Câmara Municipal de Matosinhos/Edições Afrontamento, 1995.
- Vértice, 444/5 (1981) [número especial dedicado a
Fernando Lopes-Graça]
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