ISBN: 9722319493
1ª Edição -1995
Editor: Editorial
Presença
Idioma: Português
Dimensões: 148
x 228 x 28 mm
Encadernação: Capa
mole
Páginas: 461
PREÇO: 11.00€
“Em O Mundo de Sofia,
obra de maior expressão de Jostein Gaarder, somos levados a uma viagem através
da história da filosofia e, subitamente, percebemos que algo tão distante e
misterioso, pode tornar-se essencial para nossa existência.
Desde Demócrito
com a teoria do átomo, até Darwin com a sua teoria da evolução das espécies,
passando por Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, René Descartes,
Spinoza, Marx, Hegel e outros, conhecemos não apenas a vida desses grandes
gênios do passado e suas teorias, mas também entendemos melhor a nós mesmos e
aprendemos a pensar de forma muito diferente sobre tudo que nos cerca.
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TRECHO DO LIVRO
O MUNDO DE SOFIA
A visão
mitológica do Mundo
Olá, Sofia!
Temos muita coisa pela frente, por isso é bom começarmos logo.
Por filosofia
entendemos uma forma completamente nova de pensar, surgida na Grécia por volta
de 600 a.C. Antes disso, todas as perguntas dos homens haviam sido respondidas
pelas diferentes religiões. Essas explicações religiosas tinham sido passadas
de geração para geração através dos mitos.
Um mito é uma
história de deuses e tem por objetivo explicar porque a vida é assim como é.
Ao longo dos
milênios espalhou-se por todo o mundo uma diversificada gama de explicações
mitológicas para as questões filosóficas. Os filósofos gregos tentaram provar
que tais explicações não eram confiáveis.
A fim de
entendermos o pensamento dos primeiros filósofos, precisamos primeiro entender
o que significa ter uma visão mitológica do mundo. Vamos tomar por exemplo
algumas concepções mitológicas aqui mesmo do Norte da Europa. Não há
necessidade de ir muito longe para mostrar o que queremos.
Na certa você
já ouviu falar de Tor e de seu martelo. Antes de o cristianismo chegar a
Noruega, acreditava-se aqui no Norte que Tor cruzava os céus em uma carruagem
puxada por dois bodes. E quando ele agitava seu martelo, produziam-se raios e
trovões. A palavra “Trovão” — Thor-don em Norueguês — significa originariamente
“O rugido de Tor“. Em sueco, a palavra para trovão é aska, na verdade as-aka —
que significa a jornada dos deuses no céu.
Quandro troveja
e relampeja, geralmente também chove. E a chuva era vital para os camponeses da
era dos vikings. Assim, Tor era adorado como o deus da fertilidade.
A resposta
mitológica à questão de saber porque chovia era, portanto, a de que Tor agitava
seu martelo. E quando caía a chuva, as sementes germinavam e as plantas
floresciam nos campos.
Não se entendia
porque as plantas cresciam nos campos e como davam frutos. Mas os camponeses
sabiam que isto tinha alguma coisa a ver com a chuva. Além disso, todos
acreditavam que a chuva tinha algo a ver com Tor. E isto fazia dele um dos deuses
mais importantes do Norte da Europa.