O VIÚVO - Memórias do fim do Império
Fernando Dacosta
Edição- Casa das Letras
5ª Edição -2007
Páginas: 239
Dimensões: 235x155 mm.
Peso 407
EXEMPLAR COMO NOVO, SEM MARCAS DE MANUSEAMENTO
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PREÇO:7.00€
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Sobre o autor
Fernando Dacosta, nascido em 1940 em Angola, formou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa e exerceu jornalismo de investigação, distinguindo-se com prémios como o Gazeta, Fernando Pessoa e Grande Prémio do Círculo de Leitores. A sua obra explora intensamente temas como o fim do Império Português, a Guerra Colonial, a ditadura salazarista e o 25 de Abril
Visão crítica e estilo literário
O romance foi galardoado com o Grande Prémio de Literatura do Círculo de Leitores
A escrita é descrita como uma narrativa de “dor tranquila”, com toques de realismo mágico, repleta de pequenas observações da vida quotidiana — romarias, cantores ambulantes, carrocéis, televisão — e densas memórias do Portugal sob o Estado Novo e a transição pós‑25 de Abril
Alguns críticos elogiam o carácter visionário e quase místico da narrativa:
Diário de Notícias fala numa “dimensão visionária inquietante”
Inês Pedrosa qualifica o livro de “Bíblia de um Portugal viúvo” e “livro radioso dos dias em que o velho do Restelo se torna mulher”
Urbano Tavares Rodrigues descreve-o como “melancólico, lúcido, lento”, com escrita “aventurosa” e “canto agónico” iluminado por um riso novo
Temáticas centrais
Fim do Império Português: o título alude à perda das colónias como metáfora de separação, luto e transformação de identidade nacional.
Ditadura, Guerra Colonial e Pós-25 de Abril: o livro tece memórias do regime salazarista, da Guerra Colonial e da mudança radical no panorama político e social após 1974.
Portugal rural e popular: com descrições muito visuais do quotidiano, festas populares e modos de vida tradicionais.
Solidão, memória e tempo: a narrativa foca-se numa figura viúva, interiorizando as transformações históricas através da sua memória e isolação.
Leitura e recepção
O estilo de Dacosta exige atenção, com passagens introspectivas e não lineares. Alguns leitores consideram-no poético e interessantíssimo, ainda que exigente em termos de compreensão narrativa e foco
. Outro comentador afirma que “precisa de ler com atenção… voltar atrás no parágrafo ou página para acompanhar o raciocínio e relembrar”
Por que ler esta obra?
É um relato literário profundo e simbólico sobre o Portugal de fim do Império e os tempos da ditadura e da revolução.
A escrita exige, mas recompensa, o leitor com imagens fortes, sensações de nostalgia e meditações sobre a identidade nacional.
Combina memória pessoal com história colectiva, experiencial e mítica.
Em resumo
O Viúvo é uma obra singular na literatura portuguesa contemporânea: um romance que funciona como testemunho poético, histórico e introspectivo acerca da transição de um país — da perda colonial, passando por uma ditadura até à liberdade pós‑revolucionária.
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