O BANCO(Como a Goldman Sachs dirige o Mundo),
de Marc Roche
ISBN: 9789896263805
Edição ou reimpressão: 05-2012
Editor: A Esfera dos Livros
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 233 x 16 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 248
Peso 403
Classificação
Temática: > Economia,
Finanças e Contabilidade > Economia
EXEMPLAR EM EXCELENTE ESTADO, LIMPO, SEM MARCAS DE MANUSEAMENTO.
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PREÇO:10.00€
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Sinopse
«Eu faço o
trabalho de Deus.» Mesmo que seja suposto ser uma piada, esta frase do diretor
executivo do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein, resume a sede de poder de O Banco:
a firma que dirige o mundo no maior secretismo.
Por detrás de uma lei do silêncio que nunca alguém ousou quebrar desde a sua
fundação em 1868, o Goldman, ou GS, como se diz em Wall Street ou na City
londrina - as duas grandes praças financeiras mundiais - pode realmente dominar
o planeta? E se a resposta é «sim»? Como? A crise económica que começou no
outono de 2008 atirou o Goldman Sachs, para as primeiras páginas dos jornais. O
banco está em todo o lado: a falência do banco Lehman Brothers, a crise grega,
a queda do euro, a resistência da finança a toda a regulação, o financiamento
dos défices e até a maré negra do golfo do México.
Sabia que o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, foi
vice-presidente do Goldman Sachs International para a Europa entre 2002 e 2005.
Ele era o «sócio» encarregado das «empresas e países soberanos», o departamento
que tinha, pouco antes da sua chegada, ajudado a Grécia a maquilhar as suas
contas graças ao produto financeiro «swap» sobre a dívida soberana. Que António
Borges, dirigente da GS entre 2000 e 2008, foi diretor do Fundo Monetário
Internacional, em 2010, funções que o levaram a supervisionar alguns dos
maiores empréstimos da história da instituição: à Grécia e à Irlanda. Sabia que
o atual presidente do Conselho italiano, Mario Monti, foi consultor
internacional do Goldman de 2005 até à sua nomeação para a chefia do governo
italiano.
Críticas de imprensa
Mario Monti,
Mario Draghi, Lucas Papademos. Em comum têm o facto de pertencerem à família
Goldman Sachs (GS), «apenas mais um banco», mas cujos tentáculos estendem-se
onde menos se imagina: da maré negra do Golfo do México à crise das dívidas
soberanas na Europa e do subprime nos EUA. Mas não são os únicos. Na lista há,
pelo menos, um português: António Borges, ex-FMI, atual conselheiro de Estado
para as privatizações e ex-dirigente do Goldman Sachs Internacional, filial
inglesa do banco norte-americano, de 2000 a 2008.
«O problema é que o senhor Borges não disse o que fez no Goldman Sachs. Pode
haver um conflito de interesses. É preciso total transparência», disse o
jornalista e investigador Marc Roche, autor do livro «O Banco: Como Goldman
Sachs dirige o Mundo», em entrevista à Agência Financeira.
Transparência difícil de alcançar num mundo onde «os governos estão fracos e os
bancos são fortes». Onde, no fundo, «os políticos estão nas mãos dos bancos».
Por isso, António Borges «tem de ser claro», diz Marc Roche: «O senhor Borges
tem de decidir se o Goldman Sachs tem ou não um papel nas privatizações».
O nome de António Borges surge logo na primeira página do livro: responsável
por supervisionar os resgates da Grécia e da Irlanda no FMI, saiu de Washington
«oficialmente por razões pessoais», «oficiosamente» por fazer parte de um banco
responsável pela «maquilhagem das contas gregas em 2002-2003», acusa Marc
Roche.
O investigador belga, há 20 anos a trabalhar como correspondente do «Le Monde»
em Londres, acredita que o GS pode aproveitar agora para «ter uma participação»
nos negócios da compra e venda de empresas nacionais. Mais um pequeno item no
currículo do banco.
Mas atenção, isto não é uma teoria da conspiração: «Não acredito em teorias da
conspiração. Acredito em lucros. É isso que move a Goldman Sachs», esclarece
Marc Roche.
«O que a Goldman Sachs fez, e faz, não é ilegal. É anti-ético, mas não é
ilegal», sublinha o jornalista, acreditando que o futuro da Grécia «não pode
passar pela continuação no euro. Em Londres já está tudo pronto para pensar num
euro sem a Grécia».
Um futuro que não inclui Portugal.«Os motivos da crise são os mesmos, mas
Portugal é diferente da Grécia. Há menos corrupção, mais impostos e as reformas
estruturais que estão a ser levadas a cabo em Portugal e na Irlanda são muito
positivas. Agora, é importante não privatizar tudo», defende Marc Roche,
concluindo: «Acredito que o euro vai sobreviver, com o esforço de países como
Portugal e Irlanda. Aliás, esses países sairão mais fortes».
Já para o GS «tanto lhe faz: ganha com ou sem o euro». Neste banco, «só
trabalham os mais inteligentes, os melhores»: o processo de recrutamento é
árduo (20 ou 30 entrevistas) e a manutenção no cargo exigente. Ir de férias sem
estar ligado à Internet ou ter relações extraconjugais são motivo de
despedimento. «Há uma clara política de beneficiar a empresa em detrimento do
indivíduo. Fazes parte de um grupo restrito. E isso torna-os cínicos, com a
sensação de pertencerem a uma aristocracia arrogante». E se, cá fora, pouco se
fala sobre a GS, lá dentro a informação circula livre, como escreve Roche no
seu livro.
Mas «não se trata de uma máfia ou maçonaria». São uma elite que sai ilesa dos
seus esquemas financeiros. «Os juízes e os tribunais não entendem a alta
finança. E a GS tem os melhores advogados».
Quanto a Marc Roche, a GS prefere ignorar: «Eles ignoram-me. A minha carreira
terminou, tenho 20 anos de experiência, e por isso estou livre de pressões. Eu
até queria que eles me processassem, queria ir a tribunal».
Para já Marc Roche prepara outro livro sobre os mercados financeiros e faz o
documentário sobre a GS, juntamente com a televisão ARTE, que deverá estar
pronto em setembro.
Agência Financeira, 2012-06-05
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