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sábado, 9 de dezembro de 2017

Nus e Suplicantes



Nus e Suplicantes
Urbano Tavares Rodrigues
Edição: Livraria Bertrand
3ª edição
Exemplar em bom estado, páginas limpas sem anotações.
Tem um carimbo da biblioteca da Ass. S. João de Deus, Lisboa

PREÇO: 6.00€ 












Uma das obras mais lidas do autor, que como tantos outros, foi afastado do ensino universitário durante a ditadura de Salazar e Caetano, tendo participado activamente na resistência e preso inúmeras vezes.
Livro proibido pela censura.
AS IMAGENS  DO RELATÓRIO DA CENSURA SÃO APENAS INFORMAÇÃO E NÃO FAZEM PARTE DO LIVRO NÃO ESTANDO INCLUIDAS NA VENDA.
 





Ficcionista e ensaísta, nascido em 1923, formado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa. Foi leitor de Português nas universidades francesas de Montpellier e Sorbonne e, entre 1949 e 1955, foi professor nas áreas de Língua, Literatura e Cultura Portuguesas em Montpellier, Aix-en-Provence e Paris (Sorbonne). De regresso a Portugal, em 1955, foi nomeado assistente da Faculdade de Letras de Lisboa, cargo que seria obrigado a abandonar, desenvolvendo, entre meados dos anos 60 e até à Revolução de abril, uma intensa atividade como tradutor e como jornalista em periódicos como o Diário de Notícias. Em 1974, seria convidado a reintegrar os quadros da Faculdade de Letras de Lisboa, onde exerceu a atividade docente até 1993. A sua vivência durante o regime salazarista foi marcada por sucessivos envolvimentos em ações de resistência (integrou atos de rebelião estudantil; apoiou a candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958; filiou-se, em 1969, no Partido Comunista Português; efetuou viagens clandestinas à Checoslováquia e a Cuba), mercê das quais foi por diversas vezes detido, viu algumas obras apreendidas e foi proibido de lecionar. No período pós-revolucionário, participou ativamente na vida política nacional, tendo integrado as listas do PCP nas eleições legislativas de 1975. Colaborou em publicações periódicas como Colóquio, Gazeta Musical e de Todas as Artes, Vértice, JL, tendo sido codiretor de Europa e integrado o corpo redatorial de Letras e Artes e de O Século. Foi diretor da extinta Sociedade Portuguesa de Autores e, em 1980, nomeado presidente da Associação Portuguesa de Escritores, tendo ainda integrado vários júris de prémios literários. No domínio do ensaio, em publicações ou como conferencista, destacam-se como temas de preferência as relações literárias luso-francesas e estudos capitais sobre autores como Manuel Teixeira Gomes, sobre quem redigiu a sua tese de licenciatura (sob orientação de Jacinto do Prado Coelho), e sobre quem defenderia a tese de doutoramento: Manuel Teixeira-Gomes - O Discurso do Desejo. A sua obra literária foi várias vezes distinguida, tendo recebido o Prémio Ricardo Malheiros para Uma Pedra no Charco, em 1958; o Prémio da Imprensa Cultural, em 1966, para Imitação da Felicidade; o Prémio Aquilino Ribeiro da Academia de Ciências para Fuga Imóvel, em 1982; o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, em 1987, para Vaga de Calor; o Prémio Fernando Namora para Violeta e a Noite, em 1991; e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, da Associação Portuguesa de Escritores, para A Estação Dourada. Como ficcionista, o escritor, que viveu em França durante a primeira metade dos anos 50, inscreve-se numa segunda geração neorrealista que, repensando o legado marxista, à luz do existencialismo e de um pessimismo com determinações históricas internacionais, no período do pós-guerra, e, mais concretamente, em Portugal, num período de reforço dos mecanismos de repressão fascista, irá sendo permeável a uma intrusão da imaginação e do irreal no registo socialmente datado. Em entrevista inserta no número de Letras e Letras que lhe é consagrado, confessa ter sempre oscilado entre "o realismo e o fantástico": "a pressão da realidade envolvente, que era política e socialmente sórdida, empurrava-me com frequência, com o imperativo das grandes obrigações morais, para o testemunho, mas nunca esse testemunho-denúncia, tão marcado, parece-me, em Uma Pedrada no Charco ou em Os Insubmissos, se alheou da experimentação estética ou da infinita curiosidade pelos recessos e pelas contradições da alma humana. Por tudo isso nunca tive propriamente escola. Sinto-me devedor do simbolismo. Do realismo e naturalmente do neorrealismo, mas também do surrealismo, que desde o início terá deixado sedimentos no meu estilo." (Cf. entrevista conduzida por José Manuel Mendes a Urbano Tavares Rodrigues, in Letras e Letras, n.º 18, 5 de junho de 1989.)

Em fevereiro de 2002 recebeu o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores.
Urbano Tavares Rodrigues foi casado com a também escritora Maria Judite de Carvalho.