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terça-feira, 6 de junho de 2017

Vozes e Ruídos de Daniel Sampaio



Vozes e Ruídos
de Daniel Sampaio 
ISBN: 9722108328
13ª edição
Dimensões: 137 x 209 x 16 mm  
Encadernação: Capa mole
Páginas: 216 
Livro Coleção: Nosso Mundo 
Ciências Sociais e Humanas 
Psicologia da Educação.

Livro praticamente novo, sem sinais de uso.

PREÇO 6.50€
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 Nota do autor.
Todos os dias ouvimos histórias sobre jovens e os seus problemas. Os pais vivem inquietos perante ameaças como a toxico-dependência, a SIDA, a depressão e o suicídio. Mas quando nos confrontamos directamente com os adolescentes e as sua famílias verificamos que, na maioria dos casos, os conflitos intrafamiliares não são catastróficos eestão centrados em questões quotidianas. Diversos estudos epidemiológicos têm também demonstrado que apenas 10% dos jovens percorrem a adolescência com per-turbações emocionais graves.    
Então como explicar a ansiedade de pais e professores, as dificuldades de diálogo familiar, o insucesso escolar e outros problemas
que surgem na adolescência? Penso que tal se deve sobretudo à dificuldade em distinguir uma turbulência transitória de uma perturbação mental a necessitar de tratamento especializado, motivado por um conceito tão mal definido como é o de «crise da adolescência». É devido a esta indefinição que se aceitam como normais comportamentos juvenis indiscutivelmente patológicos,  ou, pelo contrário, se deixam escapar — porque «é da idade» — situações que necessitam de tratamento.
A adolescência normal tem tarefas a realizar, caminha para a autonomia, pressupõe flexibilidade e construção de valores próprios.
A adolescência patológica evidencia bloqueios no desenvolvimento, revela dependência, rigidez, perda de limites ou isolamento. A adolescência normal tem conflitos centrados no quotidiano, que podem ser resolvidos através da negociação das regras familiares e da definição clara do papel de pais e filhos. A adolescência patológica deve ser avaliada psicologicamente e, no respeito pela privacidade do jovem e da sua família, será certamente encontrada uma solução.
Vozes e Ruídos fala de diálogo com os adolescentes. Primeiro, com jovens que nunca tinham ido a uma consulta de Saúde Mental.
Depois, através do diálogo singular que é o encontro terapêutico.
Os técnicos de Saúde Mental que comigo colaboraram (Nazaré Santos, Pedro Levy, Pedro Varandas e Ângelo Vieira de Sousa) e eu próprio queremos que o diálogo possa continuar depois da leitura que vai fazer do nosso livro.

Lisboa, Maio de 1993