Urbano Tavares Rodrigues
Edição:
Livraria Bertrand
3ª edição
Exemplar em bom
estado, páginas limpas sem anotações.
Tem um carimbo
da biblioteca da Ass. S. João de Deus, Lisboa
PREÇO: 6.00€
Uma das obras
mais lidas do autor, que como tantos outros, foi afastado do ensino
universitário durante a ditadura de Salazar e Caetano, tendo participado
activamente na resistência e preso inúmeras vezes.
Livro proibido
pela censura.
AS IMAGENS DO RELATÓRIO DA CENSURA SÃO APENAS INFORMAÇÃO E NÃO
FAZEM PARTE DO LIVRO NÃO ESTANDO INCLUIDAS NA VENDA.
Ficcionista
e ensaísta, nascido em 1923, formado em Filologia Românica pela Faculdade de
Letras de Lisboa. Foi leitor de Português nas universidades francesas de
Montpellier e Sorbonne e, entre 1949 e 1955, foi professor nas áreas de Língua,
Literatura e Cultura Portuguesas em Montpellier, Aix-en-Provence e Paris
(Sorbonne). De regresso a Portugal, em 1955, foi nomeado assistente da
Faculdade de Letras de Lisboa, cargo que seria obrigado a abandonar,
desenvolvendo, entre meados dos anos 60 e até à Revolução de abril, uma intensa
atividade como tradutor e como jornalista em periódicos como o Diário de
Notícias. Em 1974, seria convidado a reintegrar os quadros da Faculdade de
Letras de Lisboa, onde exerceu a atividade docente até 1993. A sua vivência
durante o regime salazarista foi marcada por sucessivos envolvimentos em ações
de resistência (integrou atos de rebelião estudantil; apoiou a candidatura do
general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958; filiou-se, em
1969, no Partido Comunista Português; efetuou viagens clandestinas à
Checoslováquia e a Cuba), mercê das quais foi por diversas vezes detido, viu
algumas obras apreendidas e foi proibido de lecionar. No período
pós-revolucionário, participou ativamente na vida política nacional, tendo
integrado as listas do PCP nas eleições legislativas de 1975. Colaborou em
publicações periódicas como Colóquio, Gazeta Musical e de Todas as Artes,
Vértice, JL, tendo sido codiretor de Europa e integrado o corpo redatorial de
Letras e Artes e de O Século. Foi diretor da extinta Sociedade Portuguesa de
Autores e, em 1980, nomeado presidente da Associação Portuguesa de Escritores,
tendo ainda integrado vários júris de prémios literários. No domínio do ensaio,
em publicações ou como conferencista, destacam-se como temas de preferência as
relações literárias luso-francesas e estudos capitais sobre autores como Manuel
Teixeira Gomes, sobre quem redigiu a sua tese de licenciatura (sob orientação
de Jacinto do Prado Coelho), e sobre quem defenderia a tese de doutoramento:
Manuel Teixeira-Gomes - O Discurso do Desejo. A sua obra literária foi várias
vezes distinguida, tendo recebido o Prémio Ricardo Malheiros para Uma Pedra no
Charco, em 1958; o Prémio da Imprensa Cultural, em 1966, para Imitação da
Felicidade; o Prémio Aquilino Ribeiro da Academia de Ciências para Fuga Imóvel,
em 1982; o Prémio da Crítica do Centro Português da Associação Internacional de
Críticos Literários, em 1987, para Vaga de Calor; o Prémio Fernando Namora para
Violeta e a Noite, em 1991; e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco,
da Associação Portuguesa de Escritores, para A Estação Dourada. Como
ficcionista, o escritor, que viveu em França durante a primeira metade dos anos
50, inscreve-se numa segunda geração neorrealista que, repensando o legado
marxista, à luz do existencialismo e de um pessimismo com determinações
históricas internacionais, no período do pós-guerra, e, mais concretamente, em
Portugal, num período de reforço dos mecanismos de repressão fascista, irá
sendo permeável a uma intrusão da imaginação e do irreal no registo socialmente
datado. Em entrevista inserta no número de Letras e Letras que lhe é
consagrado, confessa ter sempre oscilado entre "o realismo e o
fantástico": "a pressão da realidade envolvente, que era política e
socialmente sórdida, empurrava-me com frequência, com o imperativo das grandes
obrigações morais, para o testemunho, mas nunca esse testemunho-denúncia, tão
marcado, parece-me, em Uma Pedrada no Charco ou em Os Insubmissos, se alheou da
experimentação estética ou da infinita curiosidade pelos recessos e pelas
contradições da alma humana. Por tudo isso nunca tive propriamente escola.
Sinto-me devedor do simbolismo. Do realismo e naturalmente do neorrealismo, mas
também do surrealismo, que desde o início terá deixado sedimentos no meu
estilo." (Cf. entrevista conduzida por José Manuel Mendes a Urbano Tavares
Rodrigues, in Letras e Letras, n.º 18, 5 de junho de 1989.)
Em
fevereiro de 2002 recebeu o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de
Escritores.
Urbano
Tavares Rodrigues foi casado com a também escritora Maria Judite de Carvalho.