Maria de
Lourdes Pintasilgo
Editora -
Edições Afrontamento
Ano edição:
1980
Encadernação -
Capa Mole
Páginas: 150
Recortes de
entrevistas concedidas durante o V Governo Constitucional.
Prefácio de
Eduardo Lourenço.
Livro em bom estado, com pequena mancha no interior da
capa e na página em branco seguinte, que é visível nas fotos.
PREÇO 8.50€
Sobre a autora
Depois da
revolução do 25 de Abril de 1974, foi nomeada secretária de Estado da Segurança
Social no I Governo Provisório. Ocupou como ministra a pasta dos Assuntos
Sociais nos II e III Governos Provisórios entre 17.07.1974 e 25.03.1975. O
programa de acção que concebeu para aquele Ministério mereceu a classificação
de programa-modelo, por parte do Secretariado do Desenvolvimento Social para a
Europa da ONU. Introduziu, no programa daquele ministério, a aplicação do
princípio da universalidade das prestações sociais do Estado. Entre Maio e
Setembro de 1975, foi ainda designada membro eleito do Conselho de Imprensa.
No dia 7 de
Julho de 1979, o Presidente da República, General Ramalho Eanes, empossou Maria de Lourdes Pintasilgo como
Primeira-Ministra de Portugal, à frente do V Governo Constitucional. O País
estava mergulhado numa profunda crise política, e Maria de Lourdes Pintasilgo
aceitou assumir o cargo deste governo de
transição.
A principal
tarefa de Maria de Lourdes Pintasilgo seria a de conduzir o País para o
processo eleitoral, marcado Dezembro, mas
durante a sua governação foram tomadas importantes medidas, como a
aprovação da Lei que criou o Serviço Nacional de Saúde (Lei
n.º 56/79, de 15 de Setembro), que instituiu os cuidados médicos universais e
gratuitos.
A sua
governação como Primeira-ministra terminou no dia 3 de Janeiro de 1980.
Em 01.05.1975,
retomou a presidência da Comissão da Condição Feminina, permanecendo em funções
até à tomada de posse como embaixadora junto da Organização das Nações Unidas
para a Educação, Ciência e Cultura, em 08.08.1975, onde realizou um trabalho
notável durante quatro anos. Permaneceu como embaixadora delegada de Portugal
junto da UNESCO (Paris) até 1979, embora administrativamente tenha conservado o
cargo até 27.05.1981. Foi eleita, por quatro anos, membro do Conselho Executivo
da UNESCO, por proposta dos países ocidentais, durante a Conferência Geral de
1976, realizada em Nairobi, pelo reconhecimento das suas capacidades na
resolução de problemas difíceis e pelo seu conhecimento profundo em matérias
como ciência, educação e cultura.
Em 19 de julho
de 1979, foi indigitada pelo presidente da República, general Ramalho Eanes,
para chefiar o V Governo Constitucional (01.08.1979 – 03.01.1980), um governo
de gestão incumbido de preparar as eleições legislativas intercalares marcadas
para 2 de Dezembro desse ano. Ao aceitar desempenhar aquelas funções, Maria de
Lourdes Pintasilgo tornou-se a primeira mulher portuguesa a assumir o cargo de
chefe do Governo. Foram características da sua acção governativa, nas palavras
de um historiador, uma liderança dialogante, bem como a manifesta preocupação
de justiça social que trespassou a produção legislativa daquele período.
Em 1980, apoiou
a candidatura do general Ramalho Eanes à Presidência da República. Entre
01.10.1981 e 01.02.1985, exerceu funções como consultora do presidente da
República, António Ramalho Eanes, gerindo durante essa época o dossier
Timor-Leste. Dotada de um estilo carismático foi dinamizadora de importantes
movimentos sociais e cívicos, resultantes da sua preocupação com o
aprofundamento da democracia. De nomear entre outros: a Rede de Mulheres
(1980-1986), a Plataforma Inter-Grupos, o Movimento para o Aprofundamento da
Democracia (MAD), surgido entre 1982 e 1985, e a Plataforma Europeia para o
Ambiente.
Foi candidata
independente às eleições presidenciais de 1986, as mais competitivas e
polarizadas do regime democrático português, onde pela primeira vez os
candidatos eram civis e não já militares. Sem o apoio de qualquer máquina
partidária e gozando do prestígio que recolhera enquanto primeira-ministra,
Maria de Lourdes Pintasilgo formalizou a sua candidatura em 09.12.1985 com
cerca de 15 000 assinaturas e surgia como a candidata mais bem posicionada nas
sondagens, recolhendo elevadas percentagens das intenções de voto. Todavia, na
primeira volta foi preterida em face dos candidatos de esquerda dotados de
apoios dos partidos políticos. Os resultados eleitorais traduziam o triunfo dos
aparelhos partidários sobre as apostas singularizadas, penalizando fortemente
aquela que havia sido a candidatura mais personalizada, a de Maria de Lourdes
Pintasilgo, com 7,4% dos votos.[1]
Entre 1987 e
1989 foi deputada no Parlamento Europeu, na qualidade de independente integrada
no Grupo Socialista.
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