O
CANTO DA CIGARRA. Sátiras às mulheres
Augusto
Gil
4ª
Edição, - 1920?
Guimarães
& C Editores
Páginas:
141
Dimensões:
195x130 mm.
Exemplar
em bom estado, com ligeiras manchas acidez nas folhas inicais.
PREÇO:
7.00€
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«Dizes
que sou um doido, um impulsivo;
Sê-lo-ei às vezes, em em outras não.
Amei-te, é certo, sem nenhum motivo;
Mas quando te deixei - tive razão...»
«Numa carta em estilo soridente
(Mas sobre as linhas da qual
os meus olhos choraram longamente)
Pus este aviso final:
Por notares que manchei
Isso que em cima ficou,
-Não vás supor que chorei...
Foi água que se entornou.»
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Sempre que a vejo a contemplar os céus
Com ar de lírica neurastenia,
Dá-me a impressão de estar pedindo a Deus :
− Ao menos, um alferes d’infantaria!...
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«O
Canto da Cigarra – Sátiras às Mulheres» parece ter sido inspirado pelo amor
impossível a uma jovem de quem, temporariamente, se afastou e com quem veio a
casar-se mais tarde. Magoado e desiludido, traz à tona, neste conjunto de
poemas, a sua veia de crítica mordaz das mulheres e da sociedade da época. A
mulher aparece, assim, desdenhada, alvo constante a abater, antes de o
sentimento, o afecto ou o interesse se tornarem fortes e duradoiros. Uma
atitude de sobranceria apaziguada no culto da sátira lírica.
Editadas em 1909, já «desbastadas das mais
cortantes arestas», estas sátiras são o resultado de um período intenso de
leituras oitocentistas sobre a mulher.
E – Porque é dentro dos ouriços/ Que se
encontram as castanhas – esta é uma obra que, deixando de fora os valores
feministas, consente a todos uma leitura aprazível na descoberta de algumas
meias-verdades jocosas, que são o quotidiano da vivência em sociedade.
- do Prefácio de Gabriela Carvalho à edição
de 2014
pela Althum
Sobre
o autor
Augusto
César Ferreira Gil nasceu em 1873 no Lordelo do Ouro e viveu na Guarda, a sua
«sagrada Beira», onde passou praticamente a infância e cujo ambiente frio e
invernoso serve, em constância, de cenário aos seus versos.
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