AREIAS
MOVEDIÇAS –
Fausto
Caniceiro da Costa
Capa de Zé
Penicheiro
Escola Gráfica
Figueirense (Comp. Imp.)
Figueira da Foz
– 1968
Páginas: 168
Dimensões:
220x160 mm.
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estado. Tem os cadernos por abrir.
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Entrego em mão em Coimbra
“UMA MINA
CHAMADA FUTEBOL
O semanário «A
Voz de Loulé, publicou recentemente o judicioso comentário que, com a devida
vénia, transcrevo: Em pormenorizado artigo que há dias lemos, criticava-se (e
achamos que muito bem) a forma como estão sendo contratados os treinadores de
futebol em Portugal. Citava-se, por exemplo, o caso de Otto Glória que, em 2
anos de contrato ganhará a bonita soma de 1.140 contos de ordenados, o que Ihe
facultará uma receita diária (diária, note-se bem) de 1.594$44!
Parece-nos que
na verdade isto toca as raias do inconcebível, pois Portugal não está em
condições de sustentar tão astronómicos ordenados. Ganhar cerca de 1.600$00 por
dia para ensinar a dar pontapés na bola, é realmente demais.
Que dirão a
isto aqueles pobres professores que passaram anos e anos a estudar para
ganharem pouco mais.. por mês? Isto passa-se num país pobre como o nosso e com
divisas que forçosamente vão ser aplicadas no estrangeiro. Desde que em
Portugal se enveredou pelo futebol profissional, os números no chamado
«desporto rei» passaram a ser fabulosos. Não se dá hoje um pontapé numa bola
que não seja pago principescamente. Os clubes no desejo de ganhar campeonatos
«compram jogadores e contratam treinadores por autênticas fortunas, e é por
isso que os chamados «grandes», mais do que os pequenos». andam com a borda
debaixo de água.
O sr. Otto, é
brasileiro, e, se no seu país, estivesse a treinar, receberia a bonita soma de
38 milhões de cruzeiros por ano. Os jogadores portugueses também não ganham
menos. Ainda recentemente, cada um dos jogadores do Sporting, pela vitória
obtida ao Manchester, recebeu nada menos de 50 contos. Haverá por algum
advogado, médico ou engenheiro, que tivesse ganho em 90 minutos de trabalho,
por muito bem pago que fosse, tão elevada importância? Eu não o creio... Estou
plenamente convencido que não há no Brasil nenhum Treinador de futebol que
ganhe aquela soma fabulosa. “
“MINI-SAIAS
Não há dúvida
que a moda da mini-saia pegou de estaca, pelo menos em certas camadas sociais.
Muito embora a moda seja defendida por uns (os estetas), outros (os pseudo
moralistas) a têm atacado, esquecendo o velho aforismo de que «o que é bom é
para se ver». Pois aqui é que bate o ponto, que é como quem diz, só deviam usar
mini-saia as mulheres bastante jovens e bastante bem feitas de membros
inferiores. Agora andarem por aí algumas de escorridas canelas, que são mais
osso que carne, a abrirem o apetite aos cães esfomeados, isso é que não está
certo. Seja como for, se uma mulher enverga tão reduzida indumentária, está
pelo menos convencida que tem boa perna, e, como tal, tem igualmente de
suportar os olhares mais ou menos libidinosos do bicho homem.
Pois há dias,
por causa das mini-saias, um escocês (e não esqueçamos que na Escócia os homens
também usam saias) foi multado na cidade de Falkirk, em 15 libras (1.200$00)
por olhar para as pernas de duas jovens que vestiam as tais mini-saias. Diz a
notícia, que as moças se queixaram à polícia, por o sr. Jack Winchester as
olhar com mesmo quando Ihe pedimos para não o fazerem. Mas então se as
raparigas foram para a rua naqueles trajes não seria para que o sexo oposto
apreciasse a sua plástica? Ora, se eram envergonhadas, vestiam saias compridas
e não deveriam abespinhar-se pelos olhares concupiscentes que pudessem provocar
no sexo oposto. O certo é que o tribunal local pasme-se - declarou Winchester
«culpado de perturbar a ordem pública, e vá de lhe aplicar a multazinha de 15
libras. Eu tenho muito respeito pela magistratura mas aquela do juiz escocês
condenar por perturbar a ordem pública um pobre homem só por olhar para as
pernas das raparigas, não lembra a ninguém, ou por outra, lembrou ao juiz de
Falkirk. O sr. Winchester ao abandonar o tribunal, afirmou: Da próxima vez
terei de andar com os olhos fechados. E talvez até que o homem tivesse desejos
de perguntar ao juiz se achava mais próprio que ele olhasse para as pernas dos
seus patrícios, que andam de saias. E daí, por certo, nenhum mal Ihe
aconteceria, pois para aqueles lados está muito em moda esse género de gostos.
16-7-1967 «CASAMENTO, SINGULAR Foi com este título que uma revista angolana
publicou há dias a insólita notícia de um «casamento realizado na Holanda,
entre dois homens........”
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