DOIDOS E AMANTES
de Agustina Bessa-Luís
ISBN:9789726655053
Editor:Guimarães Editores
1ª EDIÇÃO - Outubro de
2005
Dimensões: 204 x 148 x 19
mm
Encadernação:Capa mole
Páginas:256
Peso:301
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MARCAS DE MANUSEAMENTO.
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PREÇO: 27.00€
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Este romance comandado
pela ordem dos factos, e que foi primeiro dado a público como folhetim, tem
agora outro formato. Terá também outra clientela. Ele é tecido na violência
secreta, contrapeso indispensável do sufrágio universal.
Maria Adelaide é uma
mulher munida duma alegria negra que é a de escapar ao amor da lei e às
cumplicidades que a rodeiam. Tem nela um pouco de santidade e de malícia; um
desdém pela ordem das coisas e um sentimento monstruoso de contar consigo
própria. Ela não é um produto da sua época; é outra coisa que não
delinquência-vítima. É a delinquência-ruptura, a única que não funciona para
proveito do sistema. Surpreende-nos tanto que renunciamos a explicá-la a não
ser sob “o ponto de vista dos fins futuros e a sua serenidade sistemática”.
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Agustina Bessa-Luís nasceu
em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922. A sua infância e adolescência
são passadas nesta região, cuja ambiência marcará fortemente a obra da
escritora. Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado,
tendo desde então mantido um ritmo de publicação pouco usual nas letras
portuguesas, contando com mais de meia centena de obras.
Representou as letras
portuguesas em numerosos colóquios e encontros internacionais e realizou
conferências em universidades um pouco por todo o mundo.
Foi membro do conselho
diretivo da Comunitá Europea degli Scrittori (Roma, 1961-1962).
Entre 1986 e 1987 foi
diretora do diário O Primeiro de Janeiro (Porto). Entre 1990 e 1993 assumiu a
direção do Teatro Nacional de D. Maria II (Lisboa) e foi membro da Alta
Autoridade para a Comunicação Social.
Foi membro da Academie
Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres (Paris), da Academia
Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido
distinguida com a Ordem de Sant'Iago da Espada (1980), a Medalha de Honra da
Cidade do Porto (1988) e o grau de "Officier de l'Ordre des Arts et des
Lettres", atribuído pelo governo francês (1989).
É em 1954, com o romance A
Sibila, que Agustina Bessa-Luís se impõe como uma das vozes mais importantes da
ficção portuguesa contemporânea. Conjugando influências pós-simbolistas de
autores como Raul Brandão na construção de uma linguagem narrativa onde o
intuitivo, o simbólico e uma certa sabedoria telúrica e ancestral, transmitida
numa escrita de características aforísticas, se conjugam com referências de
autores franceses como Proust e Bergson, nomeadamente no que diz respeito à
estruturação espácio-temporal da obra, Agustina é senhora de um estilo
absolutamente único, paradoxal e enigmático.
Vários dos seus romances
foram já adaptados ao cinema pelo realizador Manoel de Oliveira, de quem foi
amiga e com quem trabalhou de perto. Estão neste caso Fanny Owen
("Francisca"), Vale Abraão e As Terras do Risco ("O
Convento"), para além de "Party", cujos diálogos foram
igualmente escritos pela escritora. É também autora de peças de teatro e guiões
para televisão, tendo o seu romance As Fúrias sido adaptado para teatro e
encenado por Filipe La Féria (Teatro Nacional D. Maria II, 1995).
Em Maio de 2002 Agustina
Bessa-Luís é pela segunda vez contemplada com o Grande Prémio de Romance e
Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), relativo a 2001, com a
obra "O Princípio da Incerteza - Jóia de Família", obra que Manoel de
Oliveira adaptou ao cinema com o título "O Princípio da Incerteza", e
que foi exibido dias antes da atribuição deste prémio, no Festival de Cannes.
Agustina Bessa-Luís foi
distinguida com os prémios Vergílio Ferreira 2004, atribuído pela Universidade
de Évora, pela sua carreira como ficcionista, e o Prémio Camões 2004, o mais
alto galardão das letras em português.
Morreu dia 3 de junho de
2019, com 96 anos.