TRILOGIA DO ASSOMBRO
Helena Jobim
Prefácio de
Daniel Sampaio , Professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Editor:
Mensagem, Serviço de Recurso Editoriais, Lisboa
1ª Edição –
2002
ISBN:
972-8730-02-0
Páginas: 495
Dimensões:
210x140x40 mm.
Exemplar em
muito bom estado.Limpo, sem anotações
PREÇO: 9.00€
-
SINOPSE
“As histórias
de três mulheres e seus medos. Como se cada uma delas carregasse dentro de si
uma 'menina assombrada', Bárbara, Maria Guida e Alba vão empreendendo uma
busca, muitas vezes desesperada, de realização. Numa composição harmônica, a
menina vai percorrendo esta narrativa que reflete a posição da mulher em nossa
sociedade.”
SOBRE A AUTORA
Única irmã de
Tom Jobim (1927-1994), que dizia ser ela a verdadeira “garota de Ipanema”,
Helena Jobim (1931-2015), cujo corpo foi enterrado no final da tarde dessa
segunda-feira, no Cemitério da Paz, em Belo Horizonte, terá o doc-ficção
'Helena' lançado, impreterivelmente, no ano que vem. A informação é do
ator-cineasta mineiro Ernane Alves, que, depois de concluir a parte documental
do filme com a escritora – foram mais de 40 horas de entrevistas e viagens com
ela –, prepara a ficcional que terá cenas inspiradas em personagens da autora
carioca, interpretados por Bruno Gagliasso, Deborah Secco e Sandy, além do
próprio ator-diretor.
Ainda sem condições de postar algo sobre Helena nas redes sociais, Ernane diz
que a irmã de Tom Jobim era o equilíbrio inteligente entre sofisticação e
simplicidade. “Ela conseguia ser tão fina e ao mesmo tempo tão humana, próxima
das pessoas”, justifica o diretor do doc-ficção, que está sendo preparado desde
2011, com recursos (R$ 2 milhões, com parte ainda a ser captada) viabilizados
pelas leis estadual (MG) e federal de incentivo à cultura. Residente em Belo
Horizonte desde o início dos anos 2000, Helena Jobim estava internada desde a
semana passada com problemas renais surgidos quando passou a recusar
alimentação. A escritora sofria também de Alzheimer.
ALEGRIA Viúva do aposentado Manoel Malaguti, Helena deixa a filha única Sonia
Jobim Feitosa, de 67 anos, os netos Marco, de 45 anos, Marcela, de 43, a
bisneta Maria Eduarda e muitos amigos. “Era muito alegre, emotiva e
extremamente inteligente. Uma grande escritora”, afirma o jornalista-escritor
Jorge Fernando dos Santos, frequentador assíduo da casa de Helena e Manoel.
Antes de ser internada no Núcleo de Apoio à Maturidade (NAM), onde esteve nos
últimos três anos, entre as unidades dos bairros São Bento e Cidade Jardim,
Helena Jobim morou em uma ampla casa do Estoril, onde recebia amigos músicos e
escritores para os famosos saraus.
“A casa era tão ampla, com uma visão de 180 graus da cidade, que o Manoel
costumava dizer que havia comprado um belo horizonte”, recorda Jorge Fernando
dos Santos, salientando que, além da biografia do irmão, Antonio Carlos Jobim -
Um homem iluminado, Helena escreveu livros de ficção e de poesia e gravou o CD
Areia do tempo, de 2006, no qual interpretava poesias de sua autoria ao som da
consagrada música do irmão. Agora de volta ao cargo de secretário de estado da
Cultura, Angelo Oswaldo lembra que, quando a irmã de Tom veio morar na capital
mineira, a cidade a cercou de muito carinho desde sua chegada.
Entre os livros da escritora se destaca a Trilogia do assombro, detentor do
Prêmio José Lins do Rego, que inspirou o filme Fonte da saudade, de Marco
Altberg. Helena Jobim ainda teve poemas de sua autoria musicados pelo sobrinho
Paulo Jobim e Paulo Malaguti, Danilo Caymmi, Dado Prates e Tabajara Belo. A
mais conhecida, no entanto, é Não devo sonhar, com melodia do irmão Tom e
gravada por Ângela Maria. “Ir à casa de Helena era um prazer muito grande, por
se tratar de pessoa sensível e inteligente”, diz o violonista Rogério Leonel,
que, em companhia da mulher, a cantora Lígia Jacques, frequentava os famosos
saraus na residência da escritora.
NO ESCURO O escritor português Cunha de Leiradella, que morava em Belo
Horizonte, foi responsável por apresentar Helena Jobim a outros autores. Entre
os quais, Jorge Fernando dos Santos. Já Branca Maria de Paula, surpreendida na
manhã de ontem com a notícia da morte, conheceu Helena quando ela ainda morava
na famosa casa da Rua Nascimento, 107, em Ipanema, também por meio de
Leiradella. “Sempre tive muito carinho e admiração pela obra dela”, recorda
Branca, salientando o aspecto lírico e poético dos textos de Helena. “Lembro do
dia em que ela me contou do prazer do escuro para escrever”, revela Branca
Maria de Paula, ao contar que Helena Jobim fechava as janelas do quarto e
acendia as luzes para se dedicar ao prazer da literatura.
Filha de Dora e Jorge de Oliveira Jobim, Helena Isaura Brasileiro de Almeida
Jobim nasceu no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1931. Estudou criatividade
literária e literatura brasileira e portuguesa na PUC RJ. A estreia da autora
na literatura ocorreu em 1968, com o romance 'A chave do poço do abismo',
escrito a quadro mãos ao lado de Vânia Reis e Silva. Entre outros destaques de
sua obra, estão 'Clareza 5' (1974), 'Trilogia do assombro' (1981), 'Verão de
tigres' (1990), 'Pressinto os anjos que me perseguem' (2000) e 'Recados da lua'
(2001).